Uma deputada da Alemanha propôs uma lei segundo a qual casamentos valeriam por, apenas, sete anos e teriam que ser renovados depois desse período. O argumento da deputada é de que “vários casais só continuam juntos porque têm medo da separação”. Ela defende a idéia de que os casais deveriam ficar juntos por amor e não por comodidade ou interesse. Será que ela tem razão? A separação seria mesmo o melhor remédio para quando o amor acaba? Acho que sete anos para quem não ama mais é muito tempo. Você já imaginou ter de conviver sete anos com alguém de quem não gosta? Ainda mais em um mundo humanista como o nosso, em que o eu é divinizado e, no qual, as pessoas só fazem o que gostam, se gostam e quando gostam? E por que sete? Por um aspecto ela tem razão. Alguns casais só ficam juntos por medo das conseqüências da separação. Outros têm medo da sogra (risos)... Outros, ainda, continuam a péssima relação por causa dos filhos, ou, como no caso dos Clinton, em razão de interesses que talvez sejam questionáveis. Não cabe, a mim, julgar.
A deputada está certa quando afirma que os casais deveriam ficar juntos por amor e não por comodidade, ou, interesse. Mas quando ela propõe um prazo de validade para uma relação estremecida, é bem razoável supor que esteja participando de um dos enganos mais comuns sobre este assunto: a suposição de que possa haver amor, sem compromisso. Como se sabe, o sucesso de um casamento depende, em grande parte, de algo que acontece bem antes dele – o namoro. Bons casamentos surgem de namoros bem-sucedidos, e vice-versa. Talvez, a principal razão pela qual o casamento esteja experimentando uma falência tão acentuada sejam os namoros mal conduzidos. Existe por aí uma idéia de que um dos ingredientes principais do namoro devem ser os beijos, abraços e outras “cositas más”, e o resultado é que, de tanto abraçar e beijar e de manter relação sexual, o casal acaba conhecendo muito do corpo do outro, e pouco das idéias, valores, hábitos e caráter da outra pessoa. É que essas coisas a gente só descobre conversando. E quem é que vai querer conversar, quando até uma propaganda de televisão há pouco tempo sugeria: “Pega logo”, ou seja, vá direto ao que interessa: sexo! Beijos, abraços e sexo produzem um prazer tão deslumbrante que pouca gente vai querer ficar perdendo tempo com conversa, não é verdade? Carícias e sexo não fazem parte do plano de Deus para o namoro, simplesmente porque vão prejudicar algo muito mais importante – o casamento. Nessa fase, o casal precisa desesperadamente de algo que, pelo menos, aparentemente, pode ser meio sem graça: conversar. Quando um casal de namorados tem envolvimento físico íntimo (mesmo quando não termina sempre em sexo), as emoções são tão fortes, ligam tanto um ao outro, que a Bíblia diz que se tornam “uma só carne”, pelo menos emocionalmente falando. É nesse ponto que as emoções assumem as rédeas da relação e a razão sai de cena. O arroubo das emoções causado pelo contato físico deixa a pessoa virtualmente despreparada para pensar e avaliar racionalmente a conveniência da relação e, então, ela perde a cabeça entrando num casamento que nunca deveria ter acontecido.
Deus sempre desejou que a continuidade do casamento dos cristãos, que aquele “até que a morte os separe” fosse um modelo para o mundo, para os filhos deles e para as outras pessoas, do tipo de relação que Ele quer ter conosco, que também somos pessoas defeituosas e sujeitas a errar. Apesar de sermos o que somos, Ele diz: “Nunca te deixarei; jamais te abandonarei.” E diz mais: “Aquele que vem a Mim, jamais o lançarei fora.” O amor de Deus (assim como deveria ser o nosso) não se baseia apenas em sentimentos, mas em um princípio – e isso a deputada alemã certamente não sabe. Amor, como é ensinado pela Bíblia, não é um sentimento volúvel, que nos torna reféns dos desvarios de um coração inconstante e pecaminoso. Amor é uma decisão da vontade que é fortalecida, diariamente, pelo Espírito Santo. É por isso que para amar a gente precisa de Deus. O amor não mora aqui em baixo com os seres humanos. Amor é algo que a gente recebe de Deus para repartir com quem dorme na mesma cama, mora na mesma casa, trabalha ou habita na mesma cidade. E esse tipo de amor já não depende tanto de como a outra pessoa é, o que ela faz ou deixa de fazer. É certo que existem casos em que a continuidade do casamento é quase impossível e seria mais prudente encerrar a relação, como acontece, por exemplo, quando o marido abusa sexualmente de uma filha. Mas mesmo quando se faz se faz necessário uma separação, pode haver amor.
Neste mundo, num contexto de pecado não existe amor sem sofrimento, sem dor, sem negação do eu. E isso é cristianismo, e não humanismo. Quando Cristo vive em mim, vivo não mais eu. Mas Seu Espírito coloca dentro de mim o amor que não possuo. Por isso, quem quiser experimentar as alegrias do amor vai ter que, eventualmente, aprender com Deus a fazer como Ele, suportar as dores do amor e amar, talvez, a quem não mereça esse amor. Na Bíblia, para aqueles que aceitam a Deus como o Senhor de sua vida, o amor não é uma opção, mas um mandamento: “Um novo mandamento vos dou...” Para Deus, não amar é rebelião, deputada! Mas ela quase tem razão. O casamento precisa mesmo ser renovado, periodicamente. Mas não a cada sete anos – isso seria tempo demais. Ele precisa ser renovado toda manhã, quando cada um comparece sozinho à presença de Deus, pede e recebe a dose de amor daquele dia para compartilhar com o cônjuge. Ele também é renovado quando a família toda comparece, diariamente, à presença de Deus, por meio do culto familiar e reconhece que depende dEle para continuar juntos. No coração de famílias assim, sempre vão existir amor, perdão, bondade, fidelidade e compromisso como presentes diários de Deus. E isso pode acontecer com você e sua família!
Terapeuta Familiar Diretor do Ministério da Família - USB Elizabeth |
terça-feira, 5 de julho de 2011
Casamento. Há prazo de validade?
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