domingo, 21 de dezembro de 2008

POLÔNIA: Adventistas se Unem a Outros Protestantes Denunciando Ataques a Martinho Lutero


Líderes protestantes de uma das maiores cidades polonesas condenaram uma campanha com cartazes denunciando Martinho Lutero, o líder protestante alemão do século XVI, como blasfemo e herege, segundo reportagem publicada na revista Notícias Ecumênicas Internacionais (NEI).

“O que aconteceria se alguém dependurasse cartazes nas paredes de uma igreja católica acusando o Papa João Paulo II de blasfemo e herege? Ou a ‘Maomé de herege’, em uma mesquita?” pergunta Mariusz Maikowski, pastor da igreja adventista do sétimo dia em Lublin, no leste da Polônia. “Essas são ações ilegais (na Polônia); entretanto, a justiça local não se pronunciou”, disse Maikowski na revista Notícias Ecumêmicas Internacionais.

Cartazes diziam: “A blasfêmia e heresia de Marinho Lutero”, e estampavam a figura do diabo cochichando ao ouvido do reformador protestante.

Os cartazes foram expostos em toda a cidade de Lublin, para anunciar as conferências de Ryszard Mozgol, oficial do Instituto da Memória Nacional da Polônia, instituição encarregada dos relatórios da polícia secreta do país na era pós-comunista.

As conferências foram realizadas nos dias 15 e 31 de outubro, no 490° aniversário da Reforma Protestante de Lutero, e foram planejadas pela Organização Polonesa Monarquista. Fundado em 1989, o grupo alega ter alguns milhares de membros e busca estabelecer um “Estado Católico” na Polônia.

Dos 38 milhões de habitantes da Polônia, 95% são católicos. “É chocante e inacreditável que retratos de Martinho Lutero como anti-cristo ainda apareçam em pleno século XXI”, disse Maikowski à revista.

Maikowski disse ainda que a campanha “causou ofensa profunda” às comunidades protestantes e ortodoxas de Lublin. Disse também que o promotor público local deveria abrir uma investigação.

O Rev. Dariusz Chwastek, pastor luterano de Lublin, descreveu os cartazes como “altamente ofensivos”. Chwastek, administrador da paróquia da Santa Trindade em Lublin, disse: “Penso que muito sangue foi derramado e muitas fogueiras foram acesas, para que reiniciemos essa disputa, tantos séculos depois.”

O presidente da organização monarquista, Lukasz Kluska, se negou a pedir desculpas e foi citado pelo jornal polonês Dziennik Wschodni como tendo dito que os representantes da igreja minoritária deveriam ter apresentado sua opinião durante as conferências.

A igreja adventista central de Varsóvia foi a única igreja protestante, no país, a organizar uma comemoração pelos 490 anos do Movimento da Reforma, informa a igreja na Polônia.


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