domingo, 21 de dezembro de 2008



Tornando-se Cristão

Geralmente somos levados ao cristianismo pela combinação da experiência e do conhecimento. Nossa experiência como não-cristãos é muito triste. Quando examinamos como é nossa vida, separados de Deus, percebemos nela muitas coisas das quais não gostamos. Poderíamos aceitar certa porção de indolência e descaso como parte de nossa condição humana, mas o problema vai além. Às vezes, agimos de tal modo que só pode ser descrito como ‘do mal’. Fazemos coisas que sabemos estarem erradas, prejudicando a nós mesmos e a outras pessoas.

Pior ainda quando tentamos melhorar e percebemos que não podemos, sequer, mudar nossos atos e motivos. Queremos ser diferentes, e não importa quanto nos esforcemos, sempre falhamos. Para nosso horror, descobrimos que nossa condição, na descrição bíblica, está correta. Todos somos pecadores (Ro 3:9-18).

Essa é a nossa experiência. A verdade que aprendemos da Bíblia (nosso conhecimento) torna, ao mesmo tempo, as coisas ainda piores, mas nos dá esperança. Torna as coisas piores porque a Bíblia afirma que Deus é justo e todo pecado diante dEle resulta em morte. Não apenas isso, aprendemos também que Deus irá voltar para dar a recompensa que cada um merece, tanto aos que estarão vivos quanto aos que estiverem mortos (Ap 19:11, 12). Sendo assim, as conseqüências dos nossos maus atos nos seguirão além da tumba!

A Bíblia, porém, nos dá esperança. Encontramos essa esperança em Jesus, que, sendo Deus, Se tornou humano (Fl 2:5-11); embora sem pecado, aceitou nosso castigo ao morrer na cruz por nossos pecados (Gl 1:3, 4; Cl 2:14; 1Jo 2:2; 2Co 5:21). A Bíblia também nos assegura que podemos ser salvos dos nossos pecados se crermos em Jesus e O aceitarmos como nosso Salvador e Senhor (Ro 10:9 e 10; At 16:31)। Em outras palavras, me torno cristão quando reconheço meus atos e aceito a salvação oferecida por Jesus। Então faço a oração que Deus sempre ouve: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!” (Lc 18:13, NTLH).


O que significa tornar-se cristão? Uma vez que a pessoa aceita o perdão que Jesus oferece, há um sentimento de alívio, alegria e paz (Ro 5:1; 14:17). Não estamos mais condenados a viver sob a escravidão do pecado (Ro 6:17, 19), mas podemos ser livres em Cristo.

Tudo isso é verdade, mas descobrimos que algumas coisas não são como esperávamos. Descobrimos que, enquanto novos impulsos tomam nossa vida, alguns dos velhos ainda permanecem e criam uma aparente contradição, pois, afinal de contas, nos tornamos cristãos exatamente para escapar do poder do pecado!

Mas o cristianismo realmente dos dá poder para vencer – para vencer o pecado? Ou o cristianismo é baseado em uma mentira? Não, não é baseado em mentira; mas essas perguntas são importantes porque, ao reconhecemos quão profundo é nosso problema com o pecado, ficamos desanimamos e por isso muitos novos cristãos desanimam.

Como, então, o cristão maduro se relaciona com o pecado em sua vida? Quero abordar essa questão por dois aspectos: o teológico e o prático.

Pecado em minha Vida? Uma Resposta Teológica

A resposta teológica para essa questão está atrelada à maneira como os cristãos crêem no tempo do fim। Eles esperam, com ansiedade, o retorno de Jesus à Terra para colocar um ponto final na história do pecado. Os mortos ressuscitarão, os maus serão destruídos e todas as coisas serão refeitas de modo que a perfeita vontade de Deus será refletida no mundo. Então, morte e pecado não existirão mais (Ap 21:4).

Com a vinda de Jesus (primeira), porém, chegarão as bênçãos de uma nova era. Se crermos nEle, passaremos da morte para a vida (Jo 5:24); na verdade, podemos ter vida eterna agora (Jo 3:16-18). A ressurreição e a vida eterna fazem parte das bênçãos do Céu, e como cristãos, podemos desfrutá-las agora. Esse prazer, entretanto, é uma antecipação das bênçãos futuras. Quando Paulo explica por que o cristão não deseja mais pecar, ele o faz tendo em vista o batismo. Quando somos batizados, unimo-nos a Cristo em Sua morte (Ro 6:4 e 5). Ele diz, então, que devemos nos considerar mortos para o pecado e vivos para Jesus (Ro 6:11).

Para Paulo, esse é o segredo de ser cristão. Ainda vivemos neste mundo com a natureza pecaminosa em nós, mas devemos viver de acordo com a nova realidade disponível por meio de Jesus. Continuamos sendo filhos de Adão, mas como cristãos, temos nova realidade dominando nossa vida. Podemos viver as bênçãos do porvir, agora mesmo, se nos considerarmos mortos para o pecado e vivos para Jesus. Os cristãos são filhos da esperança; eles estão em Cristo.

Pecado em Minha Vida? Uma Resposta Prática

Se o cristianismo não trouxer mudança para a vida dos crentes, então estaria baseado numa falsidade que poucos aceitariam. Na realidade, para cada cristão hipócrita podem existir dois ou três que, a cada dia, se tornam mais semelhantes ao seu Senhor – sendo amáveis, gentis, atenciosos e verdadeiros.

Entretanto, o problema do pecado permanece na vida, até mesmo dos melhores cristãos. Em minha opinião, a resposta depende do ponto de vista de quem observa. Se observado de fora, pode-se ver que Jesus trouxe mudanças dramáticas na vida das pessoas e que, mesmo permanecendo humanos, o caráter vai se tornando mais e mais semelhante ao de Cristo. Mas se perguntarmos a essas mesmas pessoas como é a sua experiência de estar cada vez mais perto do Senhor, provavelmente responderão que à medida que percebem quão pecadores realmente são, sentem muito mais necessidade de dependerem de Jesus.

Não sei como tem sido sua experiência como cristão, mas a minha tem sido um processo contínuo de aprendizado no qual, longe de Jesus, não consigo deixar de pecar. Na verdade, quanto mais conheço a mim mesmo, mais reconheço minha necessidade de Jesus.

Então, o que realmente é ser um cristão? É baseado na razão que aceitamos o cristianismo: sem Jesus, estamos perdidos. Ao crescermos como cristãos, crescemos em nossa dependência de Cristo. Ao aceitarmos em nossa vida a real vida nova que Jesus nos dá, experimentaremos as bênçãos do porvir, aqui e agora; e desfrutaremos paz, aceitação e alegria.

extraido: AW

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