quarta-feira, 1 de junho de 2011

"Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus" Um cristão buscando a cura e um bêbado com a receita

O Hospital Adventista do Pênfigo é uma unidade hospitalar que está localizado na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Sua implantanação foi feita por Alfredo Barbosa de Souza (A história do seu envolvimento com a doença do “Pênfigo Foliáceo” já foi publicada em livros de diversos idiomas). O trabalho que é feito na instituição tem despertado o interesse de cientistas e médicos nacionais e internacionais. Alguns deles tem visitado o hospital ocasionalmente

Início

Em 1947, a esposa de Alfredo Barbosa de Souza foi acometida pela doença do Pênfigo Foliáceo. Naquela época os penfigosos eram escorraçados pela comunidade, na crença de que a doença era contagiosa, além do pavor da falta de cura. Durante os meses de evolução da doença, sua mulher cada vez mais perdia a esperança. Os médicos na época não conheciam sequer um medicamento que aliviasse as dores, tampouco lhe davam alternativas de sobrevivência.

Áurea de Souza consultou alguns bons especialistas, mas teve que deixar Corumbá, onde residia com o marido e quatro filhos, para buscar recursos fora. Em São Paulo, dirigiu-se ao Hospital de Penfigosos, mas lá só veio a sentir mais desespero. O diretor da instituição afirmou não haver cura para o seu caso e ela, depois de um tempo, foi internada. Corpo em carne viva, Áurea permanecia no leite até que a morte chegasse. Inconformado, Alfredo retornou ao Mato Grosso do Sul na intenção de buscar os filhos e levá-los até a saudosa mãe. A esta altura ele adquiriu conhecimento sobre a doença do penfigo e sabia que, no Hospital de Penfigosos de São Paulo, nada estava sendo feito por sua esposa.

De passagem por Campo Grande, descobriu através de um senhor que sua esposa havia contraído da doença do pênfigo e se curou, isso graças a um curandeiro que morava em Sidrolândia. À noitinha, juntamente com o Pastor Emílio Azevedo, foi à casa do casal Oscar de Brito, onde conseguiu as informações de que necessitava.
A pedido de Alfredo em razão de sua esposa, um velho bêbado chamado Isidoro Jamar se prontificou a fazer o remédio para curar o pênfigo, que fez Alfredo gastar toda a sua economia. Com o medicamento, já em São Paulo, iniciou o tratamento. Nesta ocasião ele havia transferido a esposa para uma residência e, lá mesmo, pôde constatar a eficácia do remédio. Com apenas três aplicações, sua esposa estava melhor. Um ano depois ela se submeteu à medicação e chegou a sarar totalmente, sem qualquer sinal visível do Pênfigo.

O primeiro hospital

No ano de 1948, Alfredo passou a residir em Campo Grande e se dedicou a curar os casos que apareciam, enquanto trabalhava como pastor da Igreja Adventista. A informação do uso do medicamento se alastrou e os doentes começaram a procurá-lo. Sua primeira paciente a ser curada se chamava Corina e morava em uma casa de tabuas. Um terreno atrás do Cemitério Santo Antonio foi oferecido por Lídia Baís para ser construído um hospital por Bernardo, cunhado da mesma. A casa com melhores condições, conhecida por alguns como “caixa de fósforos”, serviu para realizar ali o tratamento dos enfermos que chegavam, mas a Saúde Publica Municipal, temendo contágio, não permitiu o tratamento em local no centro da cidade, e os aconselhou que procurassem um local afastado. Posteriormente foi demonstrado que a enfermidade não é contagiosa.

Corria a noticia que os adventistas estavam curando o “Fogo Selvagem” e, em um sábado pela manhã, quando os irmãos estavam reunidos no culto de adoração, parou um caminhão na porta da igreja central, trazendo um doente de uma cidade vizinha, em estado deplorável, para ser curado pelos adventistas. Na mesma época foi doada uma propriedade de 40 hectares para abrigar os pacientes do fogo selvagem localizada a 13 km do centro de Campo Grande. Foi construída uma cabana de palha (primeira enfermaria). Chegaram a internar 40 pacientes ali, a maioria poroveniente de Camapuã e Ponta-Porã. Em março de 1949 foi iniciado um plano para a construção de um hospital para tratar a doença do fogo selvagem por Pr. Durval Stockler de Lima, então presidente da Missão, e sua esposa. Uma pequena equipe tratava desses pacientes. Os primeiros pacientes que faleceram ali não tinham como ser removidos para o cemitério municipal, devido à falta de estradas. Diante disso, foi concedida autorização para que fossem sepultados em uma área reservada no próprio terreno do hospital.

Os líderes da Igreja sabiam que um trabalho permanente só podia ser estabelecido construindo-se um hospital e colocando pessoal médico qualificado. Nessa mesma época chega na cidade o médico Edgar Bentes Rodrigues, formado em medicina e teologia que acabaria se dedicando ao trabalho médico-missionário. Em 25 de abril de 1951, muda-se para Campo Grande e faz com que os trabalhos com o Fogo-Selvagem passassem a funcionar legalmente. O primeiro prédio, com 25 leitos, foi inaugurado em 09 de novembro de 1952. Depois de quase dez anos de contínuo trabalho como diretor do Hospital Mato-Grossense do Pênfigo, esse mesmo médico pôde registrar o tratamento de 478 casos de Fogo-Selvagem (desses, 167 (38%) casos foram declarados curados, 108 (25%) com 80% de regressão e a doença estagnada). Apenas 13 casos de morte foram registrados, representando uma taxa de mortalidade de 15%, Durante o tratamento, os pacientes foram tratados com aplicações externas do remédio chamado JAMARSAN (em homenagem a Isidoro Jamar).

Em 1960, sob a direção do Dr. Günter Hans, a Jamarsan foi reformulada para Neo-Jamarsan. A fórmula foi aperfeiçoada em cooperação com a experiência e ajuda farmacêutica. A fórmula menos tóxica e menos irritante, usada juntamente com corticosteróides, antibióticos e uma dieta mais adequada, provou-se ser mais positiva na regressão da doença. Em 1963 foi-se obtido a comprovação, pois 81% dos pacientes obtiveram cura total, 9,5% regressão parcial e óbitos de apenas 4,8%. Desde então a fórmula foi sendo aperfeiçoada várias vezes. Hoje é chamada de P36 devido à sua reformulação. No mesmo ano iniciaram-se contatos com a “Agência de Desenvolvimento Bonn Brot Fuer Die Welt-Stuttgart”, juntamente com a colaboração do Conselho Mundial de Igrejas – Genebra, e da Comissão de Estudos de Projetos Especiais, da Confederação Evangélica do Brasil, foi possível inaugurar no dia 18 de dezembro de 1966 o segundo prédio, este em melhores condições. No final da década de 70, começaram planos para também se construir um hospital geral, para que fosse possível o atendimento a pacientes diferenciados da doença do pênfigo.

Com o lançamento do plano Garantia de Saúde em 08 de janeiro de 1982, houve um aumento da clientela, e logo as instalações se tornaram poucas para a procura. E com a ajuda de uma grande gama de pessoas e entidades, especialmente a EZE localizada na Alemanha, foi possível a construção de um moderno prédio, com 16 apartamentos confortáveis, com camas elétricas, e outros aparelhos, ao qual foi dado o nome atual, inaugurado no dia 20 de Maio de 1982. A partir daí, o hospital abriu suas portas ao atendimento de pacientes de Clinica Geral e Cirúrgica, tendo desde então, desenvolvido esforços conjuntos no sentido de conseguir progressivamente melhores condições para o atendimento em todos os aspectos. Com a inauguração do moderno Centro Cirúrgico em 17 de outubro de 1984, tudo se tornou mais fácil, podendo assim, recebendo o público em geral, adquirindo condições de atender todas às especialidades. Em julho de 1988, houve a inauguração de mais 08 apartamentos, tipo suíte, para pacientes particulares e conveniados.

Atualmente

Hoje, goza de grande conceito, e é considerado como um dos melhores hospitais do Centro-Oeste Brasileiro. Tendo um Staff médico de alto gabarito, além de uma equipe de enfermeiros de alto padrão. O hospital mantem internados pacientes penfigosos que são tratados gratuitamente. Eles permanecem em média de 1 a 3 meses, dependendo do tipo de pênfigo e o estagio da doença.

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